sábado, 13 de junho de 2009

Um "causo" do Lazaro


Este texto tambem foi enviado pelo Antonio Carlos, que tem testemunha para comprova-lo:

"Uma historinha para agitar os ânimos do pessoal. Estrelando, nosso amigo Lázaro."
Camisa listrada, entre o Fernandinho e Romão.

Início dos anos 70. E esta história carece da confirmação do seu protagonista, o Lázaro, que aparece aí nas fotos do encontro de 04/11/08. Se não for esse Lázaro, ou se ele quiser negar, é só escrever um comentário no blog: “esse Lázaro aí não sou eu não, tô fora, é outro...”

Quando o Santa Paula, um clube lá de Interlagos, resolveu se popularizar o Lázaro, eu e o Campeão compramos um título cada e começamos a frequentar a piscina. Mas de campeão ninguém tinha nada, muito pelo contrário. Água, na nossa infância, só de beber e de se lavar. Os nossos “rios, mares e piscinas” eram os das barrocas em torno da Vila Moraes e mal davam para molhar o tornozelo. E por essa época já eram de um espesso verde escuro.

Por esse motivo nosso limite na piscina era até onde dava pé, só se arriscava um mergulho na certeza que logo daria para tocar o pé no chão.
Numa bela e quente manhã de domingo o Campeão passou pela minha casa com seu fusca e, depois de pegar o Lázaro, lá fomos nós para o Santa Paula. O Lázaro ia falante, animadão, parece que tinha se dado bem no baile de sábado.

Mal passamos pelo vestiário ele saiu saltitante e deu um ornamental mergulho justo na parte mais funda da piscina. Medalha de ouro, ou de chumbo, de pesada foi ao fundo. Enquanto o campeão paquerava umas gatas na saída do vestiário eu fiquei assistindo a exibição aquática do nosso amigo. Aflorava na superfície, chupava o ar e afundava de novo e aí era uma sucessão frenética de gestos com as mãos fora d’água: o V da vitória, a ponta do indicador na ponta do polegar com os outros esticados, o polegar em negativo e em positivo, batia com a palma da mão direita na mão esquerda fechada (top top), aplaudia, só não lembro se fazia os sinais dos punks e dos anarcos, que naquela época não estavam na moda.

Depois de vários sobe e desce percebi que não era só exibição, o tempo fora d’água ficava cada vez mais curto e junto com o ar começava a aspirar água também. O bicho estava se afogando!

Pensei em me atirar na água para salvar o amigo, mas me contive a tempo, em vez de um herói seriam dois afogados. Apelei para uns garotões que estavam por ali exibindo a musculatura e dois deles pularam e trouxeram o Lázaro para a beira da piscina. Assim que ele tossiu a água me deu a maior bronca: “Você quer me ver morto? Não viu que eu estava me afogando?...”

Depois disso ele ficou meio ressabiado com a água, assim como gato escaldado. Após algum tempo saí de São Paulo e nunca mais vi esse amigão, só agora nas fotos do blog. Parece que ele superou, até li na imprensa esportiva que ele se sagrou campeão de natação.

Ou será outro Lázaro?...

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