segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

A familia Puga na Vila Moraes


Fernandinho, Neide, a Cleide e o Valdir
A Darcy de papagaio ao lado do Valdir.










Seo Antonio, Cleide e dona Encarnacion














Os Puga na Vila Moraes

Em 1954 o Sr. Antonio, saia do Sacomã no Ipiranga, perto da Via Anchieta e mudava-se para a Rua Brasil 6A, na Vila Moraes. Uma bela casa, própria, sabe lá o que é isso naquela época, certo que a casa não tinha vidros, o piso era direto no cimento e os tacos sem raspar, pulgas de montão e a luz era emprestada da Dona Deolinda, avó do Ditinho, que nessa época morava na Rua Manoel Pires. Seu Antonio, esse filho de imigrantes espanhóis vinha com a Dona Encarnação, com a Neide recém nascida, mais seus dois filhos, a Cleide (oito anos) e o Fernandinho (sete anos).

A Vila Moraes nesse tempo era um lugar muito bonito, o verde era uma paisagem que se via por toda parte, um pedaço da mata Atlântica, para as crianças era como viver em uma floresta. Nas imediações via-se o Jardim Botânico, a “Mata do Governo”, como era chamada, e lá está hoje instalado o Zoológico, Jardim Biológico (Parque do estado) e o Simba Safári.

A Rua Brasil é uma travessa da Estrada do Cursino, ficava no alto do morro, uma pena que mudaram o seu nome - seus moradores tinham um grande orgulho de morar em uma rua com o nome do seu País - essa rua era uma tremenda descida e quando Seu Antonio chegava com seu caminhão em dia de chuva, era uma dificuldade, todos saiam de suas casas para ajudar a empurrar o caminhão e precisava colocar as correntes de ferro nos pneus para poder descer ou subir pela rua toda enlameada e entrar ou sair da garagem. Nos finais de semana o seu Antonio colocava seus filhos e toda a criançada e os levava ao Ibirapuera, outros finais de semana no Parque do Estado onde as lagoas não eram cercadas e lá todos o ajudavam a lavar o caminhão. No verão a rua Brasil virava uma pista de carrinhos de rolimãs, e toda a molecada do bairro ia lá para se divertir.

Esses filhos de imigrantes, o seu Antonio e a dona Encarnação, lideraram os moradores e assumiram toda a responsabilidade perante a ”Light”, atual “Eletropaulo”, dos custos da “Luz provisória” como era chamado este programa, o pessoal se utilizava da eletricidade, era feito uma medição geral e o custo da conta era rateado entre os seus moradores. Com a construção de novas casas na rua, a conta ia ficando cada vez mais barata para cada um. Devemos ter ficado pelo menos um ano sem luz elétrica na Rua, tudo era iluminado, no inicio, à luz de velas e depois com os lampiões, parecia que se estava no interior, como se falava.

Nos finais de semana todo o pessoal se reunia em nossa porta, os mais velhos ficavam conversando e as crianças brincavam de bolinha de gude, uma na mula, esconde-esconde e pega-pega. As pessoas vinham de todos os lugares com suas cadeiras, seu bom humor, essas famílias moravam nas ruas Manoel Pires, Brasil, São Fernando, Tordesilhas, Monções e outras.

As crianças, no inicio, chegaram a estudar no cinema do bairro, que ficava na Estrada do Cursino, ao lado do bar do Sr. Bernardo, depois foram construídas as salas de aula na Rua Manoel Pires em frente à barbearia do Pai do Joubert, e ao lado da rua do atual Ginásio Julio Ribeiro, que nessa época ainda não existia. Todas as salas de aula eram de madeira, pintadas de verde, e muito agradáveis, só no verão que não era muito fácil agüentar o calor, pois os telhados eram cobertos por telhas brasilit.

2 comentários:

fepuga disse...

Esta bela história é do sr. Antonio, já falecido e de dona Encarnacion, com 84 anos e morando no Jardim da Saude, atráz do Carrefour, com sua filha Cleide.

Unknown disse...

Não esqueçam de dizer que ali na rua Brasil tambem existia a feira livre. Na esquina com a cursino na parede da padaria exibiam filmes de cinema. Ainda na esquina com a cursino oposto a padaria existia um terreno baldio que as vezes intalava-se um circo onde Silvio Santos e sua trupe faziam seus espetaculos.